Depois de um almoço atrasado às 14:00 no Caça e Pesca - com aquele abraço interno em forma de comida caseira que as pequenas cidades têm de melhor - fui espiar o rio que, sem pressa, desfilava suas águas, se exibindo na vista do meu almoço. Quando olho pra baixo enxergo esses três senhores, organizando a pesca do dia e rindo muito de alguma piada interna que provavelmente só eles iriam entender. Tive que registrar essa cena, porque de alguma forma ela também me abraçou internamente.
Hoje eu fiquei pensando nesses três senhores. Em todas as histórias que já devem ter vivido juntos. Em como a vida da gente é feita por coleções de pequenos momentos como esse. É realmente impossível ser feliz sozinho.
E como estarão hoje esses amigos? Talvez menos afundados em telas de televisões e celulares, menos preocupados com a queda da bolsa ou com a agência de viagem que não reembolsou as passagens aéreas. Menos atucanados em ganhar dinheiro, perder peso, produzir algo importante ou achar o amor da vida logo. Provavelmente estejam contando os dias para sorrir com os lábios, gentilmente, para o caixa do supermercado - e receber esse sorriso de volta. Para caminhar devagarinho no sol, na companhia dos cachorros da rua, depois do almoço. E sentar perto do rio, com os dois amigos queridos, pra rir de tudo isso que passou - enquanto o rio continua desfilando suas águas para os expectadores que o souberem assistir.
Pérola de hoje: It must have been love - Randa
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